segunda-feira, 14 de julho de 2008

Six Pack

Gostaria desde já de vos pedir desculpa pela demora em publicar algo, mas isto de andar de volta da dissertação tem muito que se lhe diga...
E a vítima de hoje é quem? Ora bem, é algo de tão inerentemente português que rivaliza com o galo de Barcelos e com os digníssimos rêgos a sair das calças das moçoilas... os homens das obras, a.k.a. trolhas (Devo dizer que foi por sugestão do público...)

Desde início que me sinto menos patriota por estar a atacar esta instituição da construção civil nacional, mas há algo que de facto me intriga neste extracto tão especial da população portuguesa, mas não necessariamente dessa nacionalidade!

Pergunto-vos: qual a táctica usada por estes indivíduos para escaparem ao fenómeno da globalização? São possivelmente a profissão, se é que lhe podemos dar esse nome, mais internacionalizada em Portugal (mais ainda que os plantéis do Porto e Benfica!), no entanto, por mais Ucranianos, Bielorrussos, Afegãos ou Congoleses que dela façam parte, aposto que nenhum de vós ouviu de um andaime um "Ezzbollah mohammad jihad, levavas com um míssil na burka!" ou um "Chê makelele diouf lassana diarra bo é boa comós cornos!!!". Não. O que todos ouvimos são pérolas como "Oh jóia anda cá ao ourives!".

Porquê? Haverá uma escola de trolhas? Uma instituição que se dedica a ensinar a nobre arte da insinuação sexual brejeira? Ou só os trolhas verdadeiramente portugueses é que a dominam? Imagino desde logo os companheiros sentados à volta do balde de cimento e o Toni da Silva a dizer "Oh Clavineison não é assim! Primeiro coças os tomates, depois tiras o palito da boca e só no fim é que dizes que lhe metias o ferro no cú!"... algo me diz que não será assim...

Há no entanto outros dois fenómenos que me fascinam nesta arte que nada faz por denegrir a imagem das mulheres: O primeiro diz respeito ao facto de ser trolha implicar não saber falar português correcto. Não teria muito mais impacto uma voz soar por detrás da rede dos andaimes a dizer "Eh lá indivídua de carácter questionável! Gostaria de te inquirir se porventura estarias receptiva a ser violentada com o meu instrumento de processo sexual até que o teu receptáculo de prazer expluda numa miríade de côres?"

E o fenómeno derradeiro e para mim essencial em toda esta questão da trolhice: porque é que os senhores construtores se dão aos rodeios? Porquê as jóias e os ourives e os anjos e etc? Por uma vez na vida gostaria de ouvir alguém dizer, e passo as expressões, "Oh minha vaca anda cá para te dar com a sarda na tromba!" (há qualquer coisa de poético na palavra "sarda"...)

A verdade é que até na javardice os portugueses não vão directos ao assunto...

Manuel

1 comentário:

Anónimo disse...

parece que te estou a ouvir dizer isto! :D