terça-feira, 23 de setembro de 2008

Interlúdio Primeiro

Tinha algo para vos dizer mas que no entanto não meritava uma contagem de vítima, pelo que um post com título pomposo me pareceu boa desculpa.

Consta que este Verão esteve, e creio que ainda esteja, em funcionamento em plena zona de discotecas/armazens de Santos um estabelecimento de seu nome Kubo. Ora ao observar com algum cuidado enquanto passava de autocarro, denotei que de facto este bazar de promiscuidade à beira-rio plantado NÃO possuia os contornos normalmente atribuídos a um er... bem... Cubo (com ou sem K).

Apraz-me portanto constatar que do meu ponto de vista de cidadão preocupado, os senhores responsáveis pela cadeia de "cenas" com a marca K serão talvez um pouco geometricamente inconsistentes...

Nas palavras de alguém especial, bem "parvinho" não?...

Manuel

sábado, 9 de agosto de 2008

Sete a zero!!!

"Bem vindo de volta Manuel!!!" é o que suponho que estejam a gritar a plenos pulmões neste momento, isso e "Maria traz-me uma cerveja!!!" se fizerem parte da família animal desta sétima vítima: o Lampião.

Ah pois é, que raio de maneira de voltar aos posts após tanto tempo de ausência... logo a criticar uma larga percentagem da população portuguesa, quiçá mundial! Pois, mas há muito que queria fazer isto e tendo estado no Colombo no dia do jogo de apresentação do SLB aos seus digníssimos lampeões, todo um conjunto de palavras subitamente quiseram transbordar.

Ora bem, o Lampião é um animal oriundo de todo o Portugal a Este de Lisboa, das mais diversas ex-colónias e de países como França, Luxemburgo e afins. Apesar de maioritariamente portugueses, o conhecimento da língua não é um pré-requisito para os demais Lampiões (muitas vezes nem sequer sabem onde é Portugal, só que são do Benfica!).

O Lampião é um ser que demonstra uma total ausência de imparcialidade: o Nuno Gomes há-de ser um enorme jogador mesmo com 70 anos, o Rui Costa aparentemente não só sabe jogar como também dirige orquestras, o plantel do Benfica será sempre o melhor dos últimos 10 anos e em caso de dúvida há sempre a resposta do "ah mas e o Eusébio!!!".

Fisicamente o Lampião emana toda uma atmosfera pimba: desloca-se em veículos com pelo menos 20 anos de idade, forrados a couro e a galhardetes, movidos a música do Dino Meira e à energia cinética acumulada pelo movimento da figura da Virgem Maria pendurada no espelho retrovisor. Para além do mais, independentemente da sua idade, o Lampião tem pelo menos um ou dois pneus, um fio de ouro ao peito e, de uma maneira ou de outra, arranjará sempre algo para coçar, seja quando for.

Por fim, é de referir que os Lampiões se deslocam em manadas, têm uma afinidade com Angola, e são possivelmente os adeptos mais impossíveis de aturar após um jogo, tenha este resultado em vitória ou derrota. Se ganharam o jogo é porque têm subitamente 20 putos maravilha, 30 mágicos ou maestros ou polícias de trânsito e pelo menos um indivíduo de raça negra que é a reencarnação do Eusébio (não interessa que este ainda não tenha falecido...); se por outro lado perderam o jogo então terá sido porque lhes roubaram 200 penalties, a equipa adversária tinha mais do que 11 jogadores e toda a equipa de arbitragem terá passado a noite anterior num bar de alterne com a personificação do mal: Jorge Nuno "Hitler" "Belzebu" "Ghengis Khan" Pinto da Costa.

Enfim, era isto que tinha para dizer. Não terá sido um post particularmente inteligente nem com tanta piada quanto isso, mas de facto há Lampiões que era matarzelios a todos...

Manuel

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Six Pack

Gostaria desde já de vos pedir desculpa pela demora em publicar algo, mas isto de andar de volta da dissertação tem muito que se lhe diga...
E a vítima de hoje é quem? Ora bem, é algo de tão inerentemente português que rivaliza com o galo de Barcelos e com os digníssimos rêgos a sair das calças das moçoilas... os homens das obras, a.k.a. trolhas (Devo dizer que foi por sugestão do público...)

Desde início que me sinto menos patriota por estar a atacar esta instituição da construção civil nacional, mas há algo que de facto me intriga neste extracto tão especial da população portuguesa, mas não necessariamente dessa nacionalidade!

Pergunto-vos: qual a táctica usada por estes indivíduos para escaparem ao fenómeno da globalização? São possivelmente a profissão, se é que lhe podemos dar esse nome, mais internacionalizada em Portugal (mais ainda que os plantéis do Porto e Benfica!), no entanto, por mais Ucranianos, Bielorrussos, Afegãos ou Congoleses que dela façam parte, aposto que nenhum de vós ouviu de um andaime um "Ezzbollah mohammad jihad, levavas com um míssil na burka!" ou um "Chê makelele diouf lassana diarra bo é boa comós cornos!!!". Não. O que todos ouvimos são pérolas como "Oh jóia anda cá ao ourives!".

Porquê? Haverá uma escola de trolhas? Uma instituição que se dedica a ensinar a nobre arte da insinuação sexual brejeira? Ou só os trolhas verdadeiramente portugueses é que a dominam? Imagino desde logo os companheiros sentados à volta do balde de cimento e o Toni da Silva a dizer "Oh Clavineison não é assim! Primeiro coças os tomates, depois tiras o palito da boca e só no fim é que dizes que lhe metias o ferro no cú!"... algo me diz que não será assim...

Há no entanto outros dois fenómenos que me fascinam nesta arte que nada faz por denegrir a imagem das mulheres: O primeiro diz respeito ao facto de ser trolha implicar não saber falar português correcto. Não teria muito mais impacto uma voz soar por detrás da rede dos andaimes a dizer "Eh lá indivídua de carácter questionável! Gostaria de te inquirir se porventura estarias receptiva a ser violentada com o meu instrumento de processo sexual até que o teu receptáculo de prazer expluda numa miríade de côres?"

E o fenómeno derradeiro e para mim essencial em toda esta questão da trolhice: porque é que os senhores construtores se dão aos rodeios? Porquê as jóias e os ourives e os anjos e etc? Por uma vez na vida gostaria de ouvir alguém dizer, e passo as expressões, "Oh minha vaca anda cá para te dar com a sarda na tromba!" (há qualquer coisa de poético na palavra "sarda"...)

A verdade é que até na javardice os portugueses não vão directos ao assunto...

Manuel

domingo, 6 de julho de 2008

5ª metida e é sempre a andar!

Devo à partida realçar que é bem possível, senão mesmo provável, que este post não tenha a mesma piada desgarrada dos restantes. No entanto, depois de dois dias com frequentes viagens de automóvel pela nossa mui bela cidade de Lisboa e a margem sul (pejada de bazofes sabem?), devo revelar que já matava um ou outro condutor "tuga".

É verdade, isto possivelmente aplica-se a alguns de vós, portanto pergunto-vos: onde raio está a piada dos acidentes de carro?! Alguém me sabe porventura explicar porque é que todo o santo carro abranda para os 5 km/h quando se encontra um veículo imobilizado na berma da estrada? É para ver? Sim, de facto há algo de mágico num carro avariado com o seu brilhante triângulo de sinalização colocado a 2 metros (sim porque 10 metros, ou mesmo 15 é p'ra parolos! Homem que é homem, ou nabo, coloca o triângulo bem encostadinho à viatura, até porque fica mais enquadrado e tal...).

Felizmente, no decurso do meu curto período de condutor, não tive ainda a ocasião de visualizar um acidente moderadamente grave. Ora este facto apenas reinforça o meu asco por esta, vá lá digamos gente! É que se ainda fosse um valente encostão entre dois carros, ou um choque em cadeia com direito a capotagem, ainda se compreendia alguma observação! Agora digam-me nobres condutores da nossa nação, porque é que abrandam quando está um pobre coitado de colete em tons efeminados encostado ao seu carro de 20 anos que deu o berro? De certo que não é p'ra lhe prestar auxílio...

E que dizer das manobras dignas de condutores exímios? Qual pisca qual quê minha gente! Os portugueses visto que não têm isenção dos mais diversos impostos acham-se portanto no direito de se proclamarem isentos da famigerada sinalização - "de algo nos havemos de isentar! E a luta continua!" e clichés afins.

Somos de facto um país de slaloms e derrapagens, velocidades vertiginosas e infracções ao "deus-dará". Eu pessoalmente chamo-lhe labreguice e falta de cortesia, show-off e ignorância, mas parece-me só uma questão de nomenclatura...

Como foi requisitado por algumas famílias fui então um pouco mais breve, sem no entanto descurar a falta de piada que me caracteriza - não quereria desiludir as legiões de fãs devotos (tu sabes quem és!)

Manuel

quarta-feira, 2 de julho de 2008

4 em linha... e uma uzi!

Epah para este post nem sequer me darei ao trabalho de grande introdução: mas por que raio é que existem os bazofes?!

Deixem-me contextualizar-vos esta situação: tudo começou há um tempo atrás na ilha do sol (já dizia o netinho), que é o que chamo ao meu local de trabalho aos domingos, o belíssimo estabelecimento que é o clube de vídeo da minha rua.

Ora não é que certo belo domingo solarengo surge uma família constituída pela típica irmã mais velha a fazer o papel de mãe, o irmão "do meio" enorme e com a inteligência de um bloco de betão e o brinco na orelha e o irmão mais novo de boné lateralizado e olhar vazio. Prosseguiram o seu "browsing" dos vários filmes disponíveis, curiosamente limitando-se a grandes ícones do cinema como Steven Seagal, Van Damme e o poderosíssimo actor Wesley Snipes, mantendo uma conversa animada plena de calões e jargões do "cenário"...

A situação que queria focar surgiu plenamente pelo meio de uma destas conversas. Eis que o irmão mais novo retira de uma das estantes um filme cujo nome nem sequer me recordo (tal foi o choque), vira-se para o seu irmão e debita a seguinte preciosidade: (de incentivar a postura vazia de consciência ao ler isto em voz alta) eisha brádâr este filme é mêmo muita bazofe man!!!

...

Queria reforçar o silêncio que se assentou na minha mente após tal pérola...

...

Num primeiro momento tentei analizar a origem etimológica da palavra: pensei em bazófia, não fazia sentido pois não faria parte do contexto nem o pobre iliterado saberia o seu significado; seguidamente ocorreu-me um estrangeirismo baseado no calão americano "buzz off", o que também não faria sentido... pura e simplesmente por não fazer!

No entanto, passados os segundos em que tentei atribuir algum sentido a tamanha jóia do vocabulário da nossa juventude, rapidamente me apercebi que não era suposto fazer sentido! Não era suposto ter qualquer contexto, nem tão pouco era suposto ser sequer uma palavra portuguesa! Era tão unicamente algo fruto da herança cultural que os nossos caríssimos irmãos americanos resolveram partilhar connosco via a "caixa mágica", destilado através da idiotice na nossa cultura urbana de rappers, MCs e aquela coisa que passa por generalização da nossa juventude, a.k.a. estereótipo.

No dia seguinte resolvi partilhar esta imaculada distribuição livre de conhecimento com os meus colegas e qual não foi o meu espanto quando todos, sem excepção, me convenceram que este termo é usado, não só por N elementos da nossa juventude, como também é usado para caracterizar todo um sector da nossa juventude, aqueles a que eu, do topo da minha ignorância, sempre chamei de dreads, chungas, carouchos ou palhaços-do-#$%&#$».

Morri um pouco por dentro... e finalmente percebi que o problema não é dos outros, é meu... a culpa é minha por não apreciar os Buraka Som Sistema, o Sam The Kid (gosto especialmente de Samuel o Cachopo) ou mesmo o 50 cêntimos, e não achar que eles possam ser um exemplo para o meu léxico...

Ou então são eles que são algo parecido com aquela leguminosa fantástica denominada nabo... respondam-me vocês...

Manuel

terça-feira, 1 de julho de 2008

Terceiro Acto

Devo começar este terceiro post com uma confissâo: eu não sou um indivíduo particularmente tolerante. Porquê? Oh meus amigos... porventura pensarão que este post é cruel, mas na verdade tudo neste blog advém dessa minha natureza pelo que pelo menos estará enquadrado.

Pois bem, este post diz respeito ao facto de eu não possuir particular paciência para pessoas esquisitas; curiosamente, parece que ao mesmo tempo estou equipado com um íman que atrai esta tão particular gente. Passo a explicar.

Numa faculdade de engenharia a esquisitice é pão nosso de cada dia, no ginásio onde ando esta probabilidade que curiosamente à partida seria reduzida (a questão dos padrõezinhos sabem?) acaba por mostrar-se contrária, e finalmente no clube de vídeo onde trabalho este factor é multiplicado por valores idiotas. De realçar o facto que nem sequer estou a contemplar as infindáveis razias que o simples facto de viver em Portugal me proporciona.

A que se deve esta súbita vontade de comentar sobre esta larga percentagem da população portuguesa? Porque hoje no ginásio, um caríssimo idiota resolveu passar os seus 15 minutos de banho turco a batucar com os dedos nas paredes da sala, enquanto emitia sonoros gemidos de contentamento e me observava com um afinco que desconfio que advenha de algum teor de homossexualidade... não tendo obviamente nada contra essas opções sexuais!

No entanto aborrece-me um pouco que o pobre idiota sofra desse problema e nos tenha de presentear com um desfile de barulhos irritantes... e com isto salto para o clube de vídeo: algum de vocês faz sequer ideia do tipo de pessoas que aluga filmes? Da quantidade de indivíduos mentalmente desafiados que escolhe passar a sua tarde a importunar os trabalhadores honestos destes estabelecimentos? Não...

Pois bem, desde o ocasional taradão (que tristemente será o espécime a que dou mais desconto) até ao VELHO taradão (menos desconto, mas alguma compreensão) passando pelo palhaço que fica 10 segundos a olhar para mim antes de sequer esboçar uma questão e que claramente vivem com a avó, a tia e a mãe e por isso são infelizmente tristes... é um desfile de palhaçada tal que os meus instintos homicidas teimam em surgir!

Enfim, este post não foi particularmente feliz, mas fiquem sabendo que há poucas coisas mais irritantes que gente esquisita que te observa atentamente sem qualquer sinal de inteligência interior ou que opta por emitir o máximo de barulho deficiente possível, nem que seja só por ser engraçado num ambiente comunitário...

Deixo-vos a pergunta: qual é a predilecção desta gente por lugares públicos, alguém me explica? E serem esquisitos em casa não?

Manuel

domingo, 29 de junho de 2008

2.0

Se calhar assusta-vos, caros leitores, a sucessão de posts no mesmo dia, porém devo realçar que a raiva tem vindo a acumular nos últimos tempos, e estes dois posts (descontando o inaugural) foram a força motriz por detrás da criação deste mesmo blog.

Começo esta desfeita então com uma pergunta: afinal de contas quem é o Quimbé?
Como faço sempre que tenho uma dúvida de carácter existencial, dirigi-me à Wikipedia e coloquei esta mesma pergunta. Aqui vai a resposta que me foi retornada:

"Quimbé é um actor e dobrador português.

Participou na série Inspector Max como inspector em 2004/2005. Sem grande papeis definidos, Quimbé participou na série Uma aventura bem como nos Morangos com Açucar 4 Série de Verão. Actualmente é o apresentador do concurso da SIC: "Quando o Telefone Toca", juntamente com Vanessa Palma e Patrícia Henrique. Fez a voz-off do Canal Panda.

Participou em muitas dobragens para filmes da Disney, Pixar, Dreamworks, Universal Studios, Animes e diversos desenhos animados."

Ora parece-me caros senhores, que os responsáveis por esta adição à Wikipedia se esqueceram de um facto inolvidável sobre este personagem da televisão portuguesa:

"Quimbé é também um indivíduo passível de ser violado por gangues esporádicos de moçambicanos que com ele se possam cruzar nas ruas de Lisboa."

Meus amigos, este personagem é detentor de garantidamente a voz mais irritante à face do planeta Terra! Toda a mais banal expressão que brota dos lábios deste indivíduo traz consigo o carnaval do Brasil: "EU PRECISO DE LEVANTAR DINHEIRO!!!"

E aqueles óculos? Quem, na plenitude das suas capacidades mentais, usaria aqueles óculos, seja em público, seja enquanto trancado na casa de banho a tocar-se? Só mesmo o Quimbé minha gente...

De facto eram só mesmo estas duas características que eu queria realçar, até porque não perco muito tempo a visualizar este sujeito se tiver opção. No entanto, apenas estas duas características despoletam em mim uma raiva quase irracional e muitas, mas mesmo muitas vezes, me deixam com a seguinte frase na boca: "se visse este gajo na rua, matava-o!"

Manuel

P.S.: Caso o companheiro Quimbé (e este nome hein?) fique porventura importunado com este post deixe-me que lhe diga que isto é bem melhor que matarzelio não? ;)

Primeira vítima

Então depois de um post inaLgural debitado há cerca de 30 minutos vem então a primeira vítima deste "Era Matarzelios...": os comentadores de futebol da TVI.

Aposto que apenas por enunciar esta vítima já estarão dobrados em gargalhadas desmedidas, mas peço-vos que me deixem expôr o meu caso.
Começo com uma pergunta: haverá coisinha mais idiota que estes dois senhores que comentam os jogos do Euro 2008 na TVI? E a resposta é um conclusivo, sublinhado e rotundo Não.

Creio que se nunca mais estes meus ouvidos auscultarem a palavra "Mannschaft" serei feliz, ou pelos menos não serei miserável. "Mas porquê esse ódio a uma palavra alemã que apenas quer dizer Equipa?" perguntam vocês; ao que respondo que qualquer palavra que seja repetida mais de 10 vezes num minuto com o cuidado de uma cigana a vender roupa interior na feira de Carcavelos, merece o mais puro e desmedido ódio.

Ora para grande azar dos adeptos portugueses, ou pelo menos os pobres que não têm SportTV (como eu), os direitos televisivos da transmissão dos jogos do Europeu foram atribuídos à TVI. Esta decisão acarreta logo à partida todo um peso de tragédia grega... nem que seja pelo inegável carácter sensacionalista deste poderoso canal português (durante cada jogo estou à espera que surja uma rapariga pobre mas extremamente rebelde a dizer "chiça penico bordas de alguidar, estou mesmo a sentir-me pilantra!")

Mas então por onde começar? É que de facto os petardos são tantos que até custa decidir um ponto de partida. Comecemos pelo mais óbvio: as vozes. Ora o senhor que tenta incomensuravelmente fingir que tem voz de comentador de rádio e lidera então os relatos da TVI parece-me que fica claramente aquem do que pretende, focando com entusiasmo os passes mais básicos e limitando-se a declamar um "Golo!" quando a bola entra na baliza; quanto ao seu colega digamos apenas que me parece que para ele, estar a comentar um jogo de futebol ou um duelo de velhotas a tricotar merece o mesmo nível de entrega.

Passemos então para as estatísticas que são despejadas a todos os segundos. Creio que o ponto de partida pode ser o facto de que até o caríssimo Luís Freitas Lobo se descai num dos programas sobre o Europeu na RTPN ao referir que essa estatística dos kilómetros corridos é das mais idiotas/inúteis que os comentadores se dignam a partilhar. Ora o que é nos interessa saber quantas vezes é que o Fabregas foi aos sanitários no intervalo? O que é que nos interessa saber quantas vezes é que o Cristiano Ronaldo apanhou a Nereida à procura de moedas? Alguém me explica porque é que estes senhores acham necessário encher o desafio de comentários inúteis e pejados de idiotices? Provavelmente ninguém mo sabe explicar... ah esperem! Se calhar é porque não sabem comentar!

"E os clichés Manuel?" Ah pois é... os clichés... creio com todas as minhas forças que a nossa senhora do Caravaggio nunca foi tantas vezes invocada num só espaço televisivo. As expressões do nosso ex-seleccionador constituíram para esta parelha de comentadores um dicionário de palavras/expressões fáceis, que é como quem diz, parvas, e como prova deixo só esta expressão: "o jogo do mata-mata". Ora isto de facto não quer dizer nada... mas suponho que deve soar bem ou desenrolar bem...

De realçar também que para estes senhores, qualquer jogador com menos de 35 anos é um míudo, qualquer jogador que faça um passe certo nos primeiros 2 minutos de jogo "corre sérios riscos de ser nomeado o melhor jogador do encontro", qualquer jogador que faça uma recepção razoável ou uns tantos remates acertados "é um jogador excepcional, meus amigos, é extraordinário!", qualquer jogador da selecção nacional é visto quase com desprezo excepto o fenomenal Cristiano Rónaldo e qualquer jogo da selecção alemã é pejado, e reforço: pejado; de referências à palavra Mannschaft!

No entanto creio que os momentos mais ridículos dos comentários aos jogos do europeu foram aqueles em que o comentador principal, a estrela da companhia, se dignou a tentar atribuir adjectivos qualificativos a todas as selecções (e que até gerou uma clara falta de à vontade do seu parceiro Lurch da Família Addams): "ah a Itália é o cinismo, a Espanha o virtuosismo..." and soion and soion... ora se isto não vos lembra daquelas aulas de primeira classe então tenho a dizer-vos que sou um pouco triste!

Este post já está demasiado longo, havendo no entanto muitas mais situações que poderia referenciar. Porém está na hora de me calar e deixar o espaço aberto ao debate!

Deixo-vos então com duas pérolas desta final do europeu:
"Ouçam o som, ouçam o som..." tentamos não o fazer...
"Espanha campeã da Europa...e bem! E bem! E bem!" nem mais meu caro amigo...


Manuel

InaLguração

Muito boa noite a todos.

Venho então por este meio dar início ao primeiro blog ao qual pretendo dar continuidade. É um facto que o nome não é dos melhores, até porque uma das palavras que o constitui nem sequer faz parte do léxico português (se bem que com este novo acordo...), no entanto há que não julgar um livro pela sua capa!

Ora bem, perguntam vocês (que serei apenas eu durante os primeiros tempos) no que constará este blog: "oh seu portento da virilidade Lusitana, no que constará este testemunho da língua portuguesa na sua dimensão electrónica?"

Ao que eu respondo que não sei bem... e é verdade! Posso no entanto deslindar que isto nasceu de um forte ódio a várias personagens da vida social portuguesa, televisão, passageiros dos autocarros da TST, etc. Portanto suponho que poderia encaixar este blog nos intermináveis que já se incluem no slot da "crítica à sociedade". Pois não é isso que pretendo.

Creio que a explicação mais sincera que posso dar é que muitas vezes deparo-me com um forte desejo de chacinar com algum prazer certos e determinados indíviduos com que me deparo nos mais variados locais e através dos mais diversos meios. Ora como não pretendo ser preso nos próximos anos, achei que se calhar já era altura de deixar fluir esta pura raiva homicida de um modo que não magoasse nem ferisse (até porque são coisas diferentes!) susceptibilidades.

Pretendo actualizar este blog com alguma frequência, nem que seja para satisfazer a ansiedade literária de muitos de vós (lá estou eu outra vez). No entanto apenas posso prometer uma actualização semanal... oferecer à partida uma actualização diária era estar a colocar demasiado peso sobre estes ombros, assim como supôr que sentirei instintos homicidas diariamente. Ora apesar de ser verdade, não pretendo publicitar esse facto, portanto fiquemos por aqui.

Agradecendo a vossa atenção,

Manuel